Aliás, pra quem perdeu ~seus burro~ hoje tem mais uma apresentação de Mundo Miúdo e O Fantástico Circo-Teatro de um Homem Só.
Cês podem ficar sabendo um pouquinho das peças aqui, aqui, aqui e aqui.
Spoilersfóbicos: CORRAM PARA AS COLINAS!
Cês leiam os textos do Gilson P. Borges DEPOIS das minhas bagaças. Afinal, num quero ninguém rindo da minha cara. E teje avisado!
sábado, 5 de maio de 2012
Programação de hoje
Programação Gratuita de hoje no Parque Flamboyant:
16 horas - Mundo Miúdo (teatro para toda a família)
17 horas - Histórias da Carrocinha (teatro para toda a família)
18 horas - Gringa Errante (teatro para toda a família)
19 horas - Banda DeFalla (apresentação musical)
20 horas - Tom Chris e Banda (apresentação musical)
21 horas - Renato Borghetti Quarteto (apresentação musical)
Programação nos Teatros:
20 horas - A tecelã, Teatro do Instituto Federal de Educação (entrada franca)
21 horas - O Fantástico Circo-Teatro de um Homem Só (R$ 20,00 a inteira; R$ 10 a meia-entrada)
16 horas - Mundo Miúdo (teatro para toda a família)
17 horas - Histórias da Carrocinha (teatro para toda a família)
18 horas - Gringa Errante (teatro para toda a família)
19 horas - Banda DeFalla (apresentação musical)
20 horas - Tom Chris e Banda (apresentação musical)
21 horas - Renato Borghetti Quarteto (apresentação musical)
Programação nos Teatros:
20 horas - A tecelã, Teatro do Instituto Federal de Educação (entrada franca)
21 horas - O Fantástico Circo-Teatro de um Homem Só (R$ 20,00 a inteira; R$ 10 a meia-entrada)
Gilson P. Borges
Oi gentes! Ó agora, tão aparecendo os textos do Gilson P. Borges, o crítico oficial and responsável and com catiguria and com conhecimento sólido do festival. Vai lá ler, meu povo!
Tão aí debaixo as impressões dele dos três primeiros espetáculos.
Danilo Danílovitsch
Tão aí debaixo as impressões dele dos três primeiros espetáculos.
Danilo Danílovitsch
“O Fantástico Circo-Teatro de Um Homem Só”
A
atração da última sexta (04/05), no Teatro do Centro Municipal de Cultura
Goiânia Ouro, dentro da programação da 12ª edição do Festival do Teatro
Brasileiro - Cena Gaúcha, foi o espetáculo “O Fantástico Circo-Teatro de Um
Homem Só”, da Cia. Rústica, de Porto Alegre, comandado pelo ator Heinz
Limaverde, sob a direção de Patrícia Fagundes.
Enquanto o público adentrava ao
Teatro e ocupava seus lugares, o ator já se encontrava no palco, concluindo seu
processo de maquiagem, em um cenário concebido por Juliano Rossi, que mistura
camarim de teatro e picadeiro de circo.
Apesar de apresentar-se só no
palco, como destaca o título do espetáculo, Heinz é um artista completo, que
canta, dança, declama e interpreta as mais diversas personagens.
Em uma narrativa autobiográfica,
ele inicia o espetáculo enfatizando sua vontade de tornar-se ator, desde que
era criança, quando tinha como principal espectadora, produtora e divulgadora
sua avó. Traça, então, um perfil das Artes Cênicas no Brasil, abordando desde o
circo sem lona, passando pelo Teatro de Revista, até chegar ao teatro
profissional que encena Shakespeare.
Para ilustrar sua narrativa, o
ator caracteriza-se com as mais diversas personagens, como a bailarina Tuma, o
palhaço Dureza, He-Man e o leão dançarino de Pelotas. Há, também, a
apresentação do mágico Xing-Ling, com sua caixa mágica que materializa
pensamentos, e a velha vedete, que, após tomar um elixir da longa vida, remoça
anos frente ao público, em uma interpretação impressionante.
Ao relembrar as sessões de
cinema que frequentava, canta trechos de músicas imortalizadas em filmes como
“Hair”, “Cantando na Chuva” e “O Mágico de Oz”. Todas as músicas do espetáculo
são interpretadas pelo ator, tendo como acompanhamento uma caixa de som no
centro do palco, que ele mesmo manipula.
A empatia e participação da
plateia no espetáculo foram completas, principalmente nas cenas que exigiam uma
interação direta. O ritmo do espetáculo, no entanto, mostrou-se um pouco
irregular, ao apresentar quadros muito bons, seguidos de outros não tão
divertidos, e que acabaram prejudicando um pouco a sua completa apreciação.
A cena da mulher barbada, por
exemplo, é muito longa e poderia ser totalmente remodelada, ou mesmo suprimida,
pois gerou uma quebra de ritmo no espetáculo, que acabou afetando, inclusive, o
quadro seguinte, onde a personagem narra sua viagem de ônibus do Crato, rumo ao
Sul do País, e só foi restabelecido completamente com a excelente apresentação
do mal-humorado palhaço Azia.
No geral, a primorosa interpretação
de Heinz Limaverde garante um bom espetáculo, apresentando um abrangente
universo deste circo-teatro de um homem só.
Gilson P. Borges
"Mundo Miúdo"
O Teatro de Bonecos é uma
modalidade que atrai cada vez mais artistas e público, resultando em eventos
como o “Festival do Boneco”, que já contou com duas excelentes edições
promovidas pela Cia. de Teatro Nu Escuro, em Goiânia.
A escolha da atriz e bonequeira
gaúcha Genifer Gerhardt, no espetáculo “Mundo Miúdo”, que abriu, na última
quinta (03/05), no Teatro do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Goiás, a 12ª edição do Festival do Teatro Brasileiro - Cena
Gaúcha, no entanto, não é muito comum. Ela decidiu trabalhar com o gênero
conhecido como Teatro Lambe-lambe, em alusão ao ofício dos fotógrafos que
trabalhavam (e ainda trabalham, em algumas cidades) em praças e calçadas,
registrando imagens de pessoas com suas caixas fotográficas.
“Mundo Miúdo”, como a própria
designação informa, apresenta personagens minúsculas, manipuladas durante cerca
de 2 minutos, para um único expectador.
Toda a criação, carpintaria e
pintura da caixa cênica, iluminação, cenários, confecção e manipulação dos
bonecos é de Genifer Gerhardt, que propõe o inverso da ação efetuada pelo
fotógrafo lambe-lambe, já que o fotografado (espectador) é quem observa o que
mostra o interior da caixa escura, e não o fotógrafo.
O que, a princípio, poderia
parecer somente a exposição de imagens em uma caixa, neste caso, se converte em
um espetáculo completo, com cortina, personagens, cenário, iluminação
(controlada por Genifer com um dos pés, por meio de um pedal) e trilha sonora
de Renato Muller (acompanhada pelo espectador com o auxílio de um fone de
ouvido).
“Mundo Miúdo”, na verdade, é o
nome de toda a estrutura envolvida na execução do trabalho, a qual pode ser
utilizada para a apresentação de cenas variadas. Trata-se de uma pequena caixa
de madeira, com pouco mais de 30 centímetros, sustentada por um tripé, que pode
ser regulado de acordo com a altura do espectador.
A cena que tive a oportunidade
de assistir intitula-se “Vó”. A abertura da cortina revela a presença de uma
velha senhora de traços bem feitos e marcantes (ainda que não muito belos),
manipulada pela mão direita de Genifer, enquanto sua mão esquerda também é
utilizada como personagem. Há uma combinação das técnicas de manipulação direta
e fio, para a execução dos movimentos desejados.
O cenário compõe-se de material
bastante simples (carretel de madeira que serve como mesa, bateria que se
transforma em rádio e caixa de fósforo utilizada como mobiliário), mas em
harmonia total com a cena apresentada. Até um palito de fósforo serve como
bengala para a velha senhora.
Foi interessante acompanhar não
só a representação da cena, mas, também, a reação e o encantamento de cada um
daqueles que a assistiam, satisfação, esta, provocada não só pelo delicado
trabalho desenvolvido e apresentado por Genifer, mas, também por sua grande
simpatia no acolhimento de sua plateia de um único espectador, o qual recebia,
ao término do espetáculo, um selo também miúdo, retratando a Vó apresentada na
peça, bem como o endereço do seu site (www.genifer.com.br),
o qual também vale a pena visitar.
O Teatro, já cunhado como a arte
do efêmero, por atingir uma plateia quantitativamente limitada, que assiste
sempre a uma encenação diferente, mesmo em se tratando do mesmo espetáculo,
neste caso, atinge o ápice da efemeridade, já que uma única pessoa pode
testemunhar cada apresentação, tonando-a algo íntimo e único.
Gilson P. Borges
“Cabarecht”
Quando se pensa na palavra
“cabaret”, a imagem que, quase sempre, vem à mente é a de um local de reunião
de personagens do submundo, como prostitutas, gângsteres, bêbados e cantoras e
dançarinas decadentes, como retratado no filme estrelado por Liza Minnelli e
dirigido por Bob Fosse, baseado em peça de John van Druten, e no musical da
Broadway atualmente em cartaz no Brasil, dirigido por José Possi Neto, que traz
a atriz Cláudia Raia como protagonista.
Na verdade, esta é a imagem que
se popularizou após a ascensão do nazismo na Alemanha e que se perpetuou em
muitos filmes, como “O Diabo Feito Mulher”, com direção de Fritz Lang e grande
atuação de Marlene Dietrich.
Contudo, não é esta a ideia
retratada no musical “Cabarecht”, apresentado na última quinta (03/05), no
Teatro do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, dentro
da programação da 12ª edição do Festival do Teatro Brasileiro - Cena Gaúcha, pela
Cia. Babel de Teatro, de Porto Alegre, com direção musical de Cida Moreira e
roteiro e direção de Humberto Vieira.
O Cenário, composto por uma
mesa, três cadeiras e um piano, tendo como fundo cortinas vermelhas e pretas,
até proporciona o clima inicial ideal para que o clichê de cabaret se
desenvolva. As semelhanças, contudo, só duram até a entrada em cena da
pianista, cantora e atriz (Cida Moreira), que dirige o cabaret e seus
atores/cantores (Sandra Dani, Antônio Carlos Brunet e Roberto Camargo).
No melhor estilo do
Expressionismo alemão, o figurino preto (com algum detalhe colorido) e a pesada
maquiagem em tons de preto e branco acaba de vez com qualquer possibilidade de
que esta imagem se concretize. Parece mais uma reunião dos mortos insepultos da
obra “Incidente em Antares”, de Érico Veríssimo, ou que Mephisto e seus amigos
decidiram buscar diversão em um cabaret.
De mortos, no entanto, as
personagens não possuem nada. Suas expressões faciais, diálogos e canções,
acompanhados pelo piano, primam pela afinação, integração e pela bela e forte
interpretação.
Na verdade, o Cabaret retratado
pelo elenco remonta a uma realidade comum em Berlim, na década de 1920, marcada
pelo glamour, mais próxima ao conceito de Sarau, onde artistas se reuniam para
mostrar uns aos outros e à burguesia seus textos, esquetes e canções. Este
formato é utilizado, inclusive, no meio do espetáculo, para apresentar os
créditos técnicos e agradecer a todos aqueles que colaboraram para que a
apresentação ocorresse em Goiânia, como se fosse um dos textos declamados.
O próprio título do espetáculo
faz esta distinção, ao unir Cabaret + Brecht, já que as canções apresentadas
são de autoria do dramaturgo Bertolt Brecht e do compositor Kurt Weill, algumas
delas presentes na peça “Ópera dos Três Vinténs”, de Brecht, como Moritat (Die
Moritat Von Mackie Messer), baseada na “Ópera dos Mendigos”, de John Gay e
Pepusch, e adaptadas para a realidade brasileira por Chico Buarque de Hollanda,
na “Ópera do Malandro”.
Ao longo do espetáculo, são
apresentadas canções em Inglês, Francês, Português e Alemão, entremeadas pela
declamação de textos. A melodia das canções, no entanto, está longe de se
apresentar como agradável ao ouvido, o que, na verdade, pouco importa no
espetáculo, já que as canções compostas por Brecht e Weill nunca tiveram a
intenção de se mostrarem “bonitinhas”, mas de contar uma história, estabelecer
um diálogo ou apresentar um protesto. Suas letras é que dão o toque de humor ou
trazem a realidade dos bordéis para o espetáculo, como acontece com “O Tango do
Cafetão”. O clima de protesto contra a falta de alimentos na Alemanha também é
apresentado pelos atores, que seguram uma faixa onde se lê “O que mantém o
homem vivo?”, enquanto cantam.
Enfim, o quarteto afinado e de
aparência “estranha” que levou ao palco as canções dissonantes de Brecht e
Weill conseguiu proporcionar ao público um espetáculo belo e estranho ao mesmo
tempo, ou melhor, um espetáculo harmoniosa e estranhamente belo.
Gilson P. Borges
O Fantástico Homem Múltiplo
~batendo o lápis na capa do
caderno e pensando~ Quê queu tenho pra falar dessa peça, minha gente?
Não que eu não tenha nada pra
falar, mas é que eu o que eu tenho tá confuso. Xeu me colocar nos eixos e já
volto ~acho que é fome~
Era fome. Mas to achando que a
música tá errada também. Cês esperam eu achar o long-play correto? Cês deem
licença.
Pronto.
O Fantástico Circo-Teatro de um Homem Só tinha ganhado a minha
benevolência ~pûff, como se alguém precisasse dela~ com este nome. Eu nunca
poderia deixar de gostar de qualquer coisa que se auto intitula fantástico, que
se denomina por uma conjugação de substantivos artísticos e principalmente
cujos adjetivos se resumem à reunião das diversas pessoas que compõem numa
única.
Cheguei, me acomodei ~cês vão
perceber que eu adoro chegar no teatro e me sentar lá dentro~ e aguardei toda a
festa que eu esperava começar. Começar começou e acontecer aconteceu. Mas menos
do que eu esperava.
Eu sempre fico tentando explicar
pra mim porque eu sinto que um espetáculo não foi os cento e quarenta por cento
que eu esperava. Dessa vez eu estou assim. Talvez então não fosse nem a fome
nem a música os problemáticos mas eu mesmo.
O espetáculo é meio desigual. Mas
lendo a ficha técnica ~tem tudo lá no site CLICA~ descubro que é uma proposta
do pessoal. Ó, eu, como chatPUBLICO, me sinto no direito de discordar da
proposta de todo mundo que me proponha alguma coisa. O texto é que tinha, na
verdade verdadeira, alguns altos e baixos. Momentos excelentes, outros meio
chochos. Não eram exatamente entediantes, mas parecia que aqueles trechos
tinham sido escritos para serem bem escritos e não porque fizessem parte mesmo
daquela história. E isso pesava. Parecia que a vontade de dizer algo bem dito
superava a vontade de servir à história. Porque nos outros momentos, mais
memorialistas, menos intelectualizados, o espetáculo engatava de cum força de
novo.
Durante o espetáculo tavo eu
achando o público meio frio demais, quase morto. E no final foi uma chuva de
palmas. Existem explicações dadas pelo pessoal de palco. Eu, da plateia, tenho
a minha própria e ela se chama Heinz
Limaverde. Neste espetáculo eu sou completamente capaz de dizer que o ator
era superior ao texto e mereceu os aplausos finais todo pra ele. Em alguns pontos,
aliás, era infinitamente superior ao texto.
Primeiro devo dizer que ele é um
excelente palhaço. De dimensões extraordinárias. As duas cenas de clown são
geniais e a música do Palhaço ~a anta do autor desse texto esqueceu o nome~ que
ele canta é um primor. A cena da vedete velha é boa, mas a da vedete depois de
tomar do elixir da longa vida é exuberante. Como diria Silvio Santos ~mah oê,
RRRoquêêê~ ele é um transformista muito bom; minha filha número sete viu e
disse que é muito bom~mmm~! A cena da vinda pro sul é outra que é um primor.
Mas devo fazer a ressalva que meus instintos malévolos, minha tendência ao
sarcasmo e ao mau humor tem que tecer o maior elogio que for possível ~olhando dicionários
me busca de elogios escabrosos~ ao Palhaço
Azia. Eu te amo, Azia, mesmo que
você me despreze.
Danilo Danílovitsch
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Mundo Enorme
~esse texto se diz completamente
indigno do espetáculo a que se refere~
Cês lembram que ontem eu não vi
um dos espetáculos a que queria ter assistido? Então, né, claro que eu me
recuperei hoje, porque afinal num sou bobo nem nada. Cheguei no Goiânia Ouro
séculos antes do espetáculo começar por basicamente três motivos:
1. Assistir
a Mundo Miúdo;
2. Observar
o público;
3. Manter
minha ansiedade pré-espetáculo sob controle.
O segundo ponto será discutido
num texto à parte e o terceiro com meu psicanalista assim que eu consiga um.
Depois de uma leve observação de
público adquiri meu ingresso de gratismente ali e esperei pra assistir a Mundo Miúdo.
~intervalo para socialização em
geral~
Chegada minha vez me sentei na
cadeira frente à caixinha mágica, coloquei os fones e durante dois minutos fui
transportado pra dentro de um mundinho mágico. Acho que a única reação possível
a esse espetáculo foi a espontânea e exata que eu tive:
- Meus Deus! Isso é muito lindo!
~e pedi um abraço a Genifer Gehardt a
dona moça que comanda o lambe-lambe mágico~ Aliás, cês guardem o nome dessa
moça Genifer no coração de vocês. Ela
é bruxa ~queima! queima! queima!~ e tem uma voz e uma doçura que são uns
alfenins. Qual a outra explicação pra esses dois minutos lindos de morrer?
Pra esse texto valer o espetáculo
ele teria que ser uma festa para os olhos, uma explosão de criatividade e um
singelo afago de beleza em dois minutos. Infelizmente eu sou a incompetência em
pessoa. To aqui falando feito um endemoninhado e não consigo dizer algo que
seja tão:
PERFEITO! É uma renda de Sevilha
~favor ler o “r” de renda bastante marcado “rrrrrrenda”; vai lá tenta de novo~
É uma renda de Sevilha! ~aê, aplausos~
Aquele outro momento
Aquele outro momento em que eu me pego pensado: será que tem cd do Cabarecht pra vender? ~obssessões~
Aliás, aproveitando o ensejo ~adoro essa palavra: ensejo... ensejo...
ensejo... ensejo... ensejo... ensejo... ensejo... ensejo... ensejo... ensejo... tá bom, parei~ muita gente já me falou ótimo de Cabarecht. Merecia outra apresentação... ~cara de cachorro pidão~
Falei pouco, viu?
Ainda no mesmo dia três, depois de uma pequena e
angustiante espera que fez crescer a minha amada mini-úlcera, entramos no
teatro. Segundo fato, eu não conhecia o teatro do IFG e todo mundo sabe como
primeira impressão é importante, afinal, a primeira vez a gente nunca esquece e
todo esse blablabla de os últimos serão os primeiros e semelhantes. Lindo o
teatro! Uma fofura! Xero nele!
Enquanto eu apreceio a lindura do
teatro, The Boss vem explicar o festival. ~aplausos~ pro The Boss, minha gente.
Antes de continuar a leção desse
texto, faixfavoire de ouvir essa música. Vou ficar esperando logo ali.
~sussurrando~ Im cabaret (cht) Au
cabaret (cht) To cabaré (cht) ~trauteando~ Hã? Terminaram de ouvir? Então, sejam
bem vindos ao Cabarecht!
Pra vocês que não foram, licença
deixa eu rir da cara de vocês porque foi ÓTIMO DE-MAIS! To lá eu sentado na
minha poltroninha inocente e de distraído quando se abrem-se as cortinas. ~ai
como eu amo as cortinas do teatro abrindo~ Elas se abrem sobre um piano uma
mesa e algumas cadeiras. Do meio da penumbra vem saindo uma mulher com um
charuto na mão. Ela se senta ao piano. Um probleminha na luz e ela com um gesto
de indignação leve reclama comicamente. Traga e baforeja seu charuto. Se volta
para o piano de tira dele dois acordes. Aqui eu já estava apaixonado e
completamente vidrado nela. Quando ela começa a cantar uma música sobre a
tristeza da mulher do soldado com a voz rouca o ambiente de cabaret e a própria
música eu já tava era tarado nela. Embora só meus olhos brilhassem dentro de
mim eo mini-eu que aqui mora gritava pulando feito um macaco indecente: ESSA
MULHER REALIZOU MEU SONHO! EU QUERO SER CROONER DE PUTEIRO, DESSE JEITIM! EU
QUERO CANTAR ESSA MUSICA IGUALZIM QUE NEM QUE ELA! AH!
Na segunda música, em alemão, vão
entrando os outros atores todos caracterizados como artistas dos cabarets dos
anos 20. E daqui pra frente eu não vou ter nenhum minuto de paz na minha alma.
A coitadinha ficou sentada na beiradinha da cadeira num cai não cai. Pelo menos
ela teve mais sorte que o queixo, porque esse caiu desde os primeiros minutos
de espetáculo.
Um musical lindíssimo todo ele
baseado nas músicas da dupla dinâmica do teatro alemão de inícios do século XX:
Bertot Brecht/Kurt Weil. Entremeados
por alguns textos bem curtos que eu creio ser também do rapaz. Afinal, é Cabarecht, né? ~Tendeu? Cabare + Brecht =
cabarecht~
Isso dos textículos ~a diferença
que um “x” faz nessa palavra, né?~ não importa nada, o forte do espetáculo são
as músicas. E os cantatores. Até agora não sei qual mais e qual menos. Acho que
os dois em mesma medida. Algumas vezes acho que quem foi aplaudido foi o
Brechtinho outras vezes o intérprete. Durante o espetáculo é mais fácil definir
quem foi o que. Mentira. Durante o espetáculo eu tava era embevecido com os
olhos cheios.
Esse é o tipo de espetáculo que TEM
que entrar em cartaz aqui durante um mês no mínimo pra eu poder decorar as
músicas de cantar até ao contrário. Mas infelizmente era apresentação única. A
não ser que alguma boa alma resolva me levar a Brasília dia dezoito próximo. Ou,
sei lá, quem sabe me levar um mês pro Rio Grande, pra eu assistir lá mesmo. Não
recusaria nunca, sou super-educado...
Eu gostaria de falar de música
por música, sentado do seu ladinho pedindo pra os artistas segurarem a pose até
eu terminar de falar tudo que eu quisesse. Coisa impossível. Ninguém segura um
gesto por tanto tempo seguido. Eu tinha que falar das baladas, dos duetos, dos solos, das notas, das interpretações, de cada minuto de genialidade ali. Como não posso fazer isso quero passar inveja em
vocês dizendo que apesar de todos estarem geniais e cada um mostrava seus dotes
em uma música diferente, e apesar de serem um conjunto fantástico e de todo o
espetáculo ser uma joia sem tamanho, apesar de qualquer coisa que eu possa
dizer Cida Moreira é a minha Rainha ~Cida!
Cida! Cida!~ Desde quando entra em cena ~lembra da dona do charuto? Pois então,
é ela~ e cada vez mais durante o espetáculo eu me apaixonei. Quando descobri
que a direção musical era dela então, me acabei todinho. Uma daquelas artistas que
eu vejo com vontade de pegar pra ver se é verdade. Ainda acho que não era.
Danilo Danílovitsch
O que eu não vi!
Hoje, terceiro dia do quinto mês
do Ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de dois mil e doze, saio eu da
minha casa animadíssimo afinal é a estreia do Festival do Teatro Brasileiro aqui na minha ÊÊÊÊÊ Goiâniaaaa não
deu pra segurar a barra então eu voltei. Passo na Robertdência ~quem não conhece
o Robert and residência nõ sabe o que tá perdendo (só pra constar o “nõ” foi
intencional; lê-se “non”)~ e saímos Robert e eu em direção ao IFG para ver ~gritinhos
histéricos~ TEATRO. Chegando lá encontro o pessoal da produção ~oi, oi tudo bem?,
ótimo e você?, ótimo, esse é O Robert, O Robert?, é O Robert, todos se estarrecem~
e recebo de cara uma lapada de realidade fria e sem coração. Perdi o primeiro
espetáculo. ~CENSURADO~ Apenas trinta, eu disse trinta, sim aquele número
composto de um três e um zero em seguidilha, felizardos conseguiram assistir a Mundo Miúdo. Primeiro fato a notar-se:
esse espetáculo tá descrito como teatro lambe-lambe. A gente já ficamos
interessados nessa lambeçãDESCRIÇÃO tão singular. Daí que chegando lá vejo a
moça atriz, manipuladora, diretora ~inclua tantos qualificativos profissionais
relativos ao teatro quantos você conseguir se lembrar~ com um chapéu coco
vermelho e meio sapato ~um allstar (merchã não incluso) lindo~. Na verdade, era
meio pé de sapato. Na verdade da verdade, era um pé calçado só. Enfim, ela
tarra lá com uma caixa mágica que fazia todo mundo ficar inerte e sorridente
durante dois minutos. Oh yeah, este é o tempo mágico do espetáculo. Mas amanhã
tem mais, e sábado tem mais mais e nem Deus afunda o Titanic que eu vejo isso.
Danilo Danílovitsch
Apresentando: eu
~estática~ alô? ~estática~ alô? Som...
~estática~ 1 2 3 som? Testando ~tumb tumb tumb~ 1 2 3 testando... Som? Oi? Acho
que isso não tá funcionando não, viu? Cês olharam antes? Hein? Já tá gravando?!
Comassim “tá gravando”? Cês já tão gravando essa ~CENSURADO~? Mas que ~CENSURADO~!
Ninguém avisa ~CENSURADO~ nenhuma pra gente!
~mudando de tom~
Oi, gente! Meu nome é Danilo e
vocês vão ter que me aguentar alguns dias aqui. Se segura meu povo, que eu sou
chato e ninguém vai me impedir de entediar vocês até o tédio pedir arrego.
Danilo Danílovitsch.
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Imperdível!! Vem aí a 12ª edição do FTB
De 03 de maio a 03 de junho, um recorte da diversidade do
teatro e da dança do Rio Grande do Sul
Em sua 12ª edição, o Festival do Teatro
Brasileiro (FTB), com o patrocínio da Petrobras e Caixa e
co-patrocínio dos Correios, incentivo do Ministério da Cultura / Lei Federal de Incentivo à
Cultura e Governo Federal, promovem
mais uma vez o intercâmbio cultural entre estados brasileiros. Depois de
apresentar, entre maio e julho de 2011, espetáculos mineiros para mais de 24
mil pessoas em São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, o Festival do Teatro
Brasileiro levará para o Distrito Federal e Goiás, uma rica mostra do teatro
feito no Rio Grande do Sul. O projeto percorre, de 03 de maio a 03 de junho, as
cidades de Goiânia, Anápolis, Goiás Velho e Pirenópolis e as regiões
administrativas do Gama, Taguatinga, Ceilândia e Plano Piloto. Confira a programação completa no link http://www.alecrim.art.br/2012/index.html
São 15
espetáculos dos mais variados gêneros, selecionados dentro de um universo
de 109. Serão 68 apresentações nos dois estados.
A curadoria de Sergio Maggio e Guilherme Filho primou pela qualidade dos
espetáculos, observando a inquietude tanto em temas, abordagens como em
estéticas.
A
programação está extensa para prestigiar todos os tipos de público e faixas
etárias. Todavia, o destaque vai para os
infantis, com montagens de qualidade indiscutíveis que apontam para uma
variedade de temas dirigidos aos pequenos, ultrapassando a fábula e a fantasia.
Já
as atrações voltadas para os adultos têm leque variado com boas comédias e
dramas, dialogando com formas clássicas e contemporâneas e extensões
experimentais e comerciais. Nesse leque, destacam-se trabalhos de pesquisas com
dramaturgia própria e obras adaptadas, numa diversidade que põe a cena gaúcha e
de Porto Alegre, sobretudo, em plano de destaque na região e no país.
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