sexta-feira, 4 de maio de 2012

Falei pouco, viu?


Ainda no mesmo dia três, depois de uma pequena e angustiante espera que fez crescer a minha amada mini-úlcera, entramos no teatro. Segundo fato, eu não conhecia o teatro do IFG e todo mundo sabe como primeira impressão é importante, afinal, a primeira vez a gente nunca esquece e todo esse blablabla de os últimos serão os primeiros e semelhantes. Lindo o teatro! Uma fofura! Xero nele!
Enquanto eu apreceio a lindura do teatro, The Boss vem explicar o festival. ~aplausos~ pro The Boss, minha gente.
Antes de continuar a leção desse texto, faixfavoire de ouvir essa música. Vou ficar esperando logo ali.


~sussurrando~ Im cabaret (cht) Au cabaret (cht) To cabaré (cht) ~trauteando~ Hã? Terminaram de ouvir? Então, sejam bem vindos ao Cabarecht!
Pra vocês que não foram, licença deixa eu rir da cara de vocês porque foi ÓTIMO DE-MAIS! To lá eu sentado na minha poltroninha inocente e de distraído quando se abrem-se as cortinas. ~ai como eu amo as cortinas do teatro abrindo~ Elas se abrem sobre um piano uma mesa e algumas cadeiras. Do meio da penumbra vem saindo uma mulher com um charuto na mão. Ela se senta ao piano. Um probleminha na luz e ela com um gesto de indignação leve reclama comicamente. Traga e baforeja seu charuto. Se volta para o piano de tira dele dois acordes. Aqui eu já estava apaixonado e completamente vidrado nela. Quando ela começa a cantar uma música sobre a tristeza da mulher do soldado com a voz rouca o ambiente de cabaret e a própria música eu já tava era tarado nela. Embora só meus olhos brilhassem dentro de mim eo mini-eu que aqui mora gritava pulando feito um macaco indecente: ESSA MULHER REALIZOU MEU SONHO! EU QUERO SER CROONER DE PUTEIRO, DESSE JEITIM! EU QUERO CANTAR ESSA MUSICA IGUALZIM QUE NEM QUE ELA! AH!
Na segunda música, em alemão, vão entrando os outros atores todos caracterizados como artistas dos cabarets dos anos 20. E daqui pra frente eu não vou ter nenhum minuto de paz na minha alma. A coitadinha ficou sentada na beiradinha da cadeira num cai não cai. Pelo menos ela teve mais sorte que o queixo, porque esse caiu desde os primeiros minutos de espetáculo.
Um musical lindíssimo todo ele baseado nas músicas da dupla dinâmica do teatro alemão de inícios do século XX: Bertot Brecht/Kurt Weil. Entremeados por alguns textos bem curtos que eu creio ser também do rapaz. Afinal, é Cabarecht, né? ~Tendeu? Cabare + Brecht = cabarecht~
Isso dos textículos ~a diferença que um “x” faz nessa palavra, né?~ não importa nada, o forte do espetáculo são as músicas. E os cantatores. Até agora não sei qual mais e qual menos. Acho que os dois em mesma medida. Algumas vezes acho que quem foi aplaudido foi o Brechtinho outras vezes o intérprete. Durante o espetáculo é mais fácil definir quem foi o que. Mentira. Durante o espetáculo eu tava era embevecido com os olhos cheios.
Esse é o tipo de espetáculo que TEM que entrar em cartaz aqui durante um mês no mínimo pra eu poder decorar as músicas de cantar até ao contrário. Mas infelizmente era apresentação única. A não ser que alguma boa alma resolva me levar a Brasília dia dezoito próximo. Ou, sei lá, quem sabe me levar um mês pro Rio Grande, pra eu assistir lá mesmo. Não recusaria nunca, sou super-educado...
Eu gostaria de falar de música por música, sentado do seu ladinho pedindo pra os artistas segurarem a pose até eu terminar de falar tudo que eu quisesse. Coisa impossível. Ninguém segura um gesto por tanto tempo seguido. Eu tinha que falar das baladas, dos duetos, dos solos, das notas, das interpretações, de cada minuto de genialidade ali. Como não posso fazer isso quero passar inveja em vocês dizendo que apesar de todos estarem geniais e cada um mostrava seus dotes em uma música diferente, e apesar de serem um conjunto fantástico e de todo o espetáculo ser uma joia sem tamanho, apesar de qualquer coisa que eu possa dizer Cida Moreira é a minha Rainha ~Cida! Cida! Cida!~ Desde quando entra em cena ~lembra da dona do charuto? Pois então, é ela~ e cada vez mais durante o espetáculo eu me apaixonei. Quando descobri que a direção musical era dela então, me acabei todinho. Uma daquelas artistas que eu vejo com vontade de pegar pra ver se é verdade. Ainda acho que não era.

Danilo Danílovitsch

Um comentário:

  1. Falou pouco? Falou nada! Faltou falar tanto que nem caberia em duas internets inteiras. Foram maravilhas atrás de maravilhas: 1. Festival do TEATRO BRASILEIRO; 2. Excelente festival de teatro; 3. Teatro do IFG (primeira vez lá também); 4. Espetacular espetáculo. Danilo meu querido falou pouco, falarei menos ainda. Deixo apenas meus mais barroquísticamente e CAPSLOCKadamente concebidos elogios por ter tido o prazer de ver algo tão excessivamente bom depois de uma temporada tão longa longe das plateias de minha Goiânia (e de todas as outras, só pra constar). Preparando minhas retinas para mais. Ótemo texto ma man. E lembrem-se todos: Hoje nesse cabaré não vai ter garçom parado e nem puta triste!

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