sábado, 5 de maio de 2012

O Fantástico Homem Múltiplo


~batendo o lápis na capa do caderno e pensando~ Quê queu tenho pra falar dessa peça, minha gente?
Não que eu não tenha nada pra falar, mas é que eu o que eu tenho tá confuso. Xeu me colocar nos eixos e já volto ~acho que é fome~
Era fome. Mas to achando que a música tá errada também. Cês esperam eu achar o long-play correto? Cês deem licença.
Pronto.
O Fantástico Circo-Teatro de um Homem Só tinha ganhado a minha benevolência ~pûff, como se alguém precisasse dela~ com este nome. Eu nunca poderia deixar de gostar de qualquer coisa que se auto intitula fantástico, que se denomina por uma conjugação de substantivos artísticos e principalmente cujos adjetivos se resumem à reunião das diversas pessoas que compõem numa única.
Cheguei, me acomodei ~cês vão perceber que eu adoro chegar no teatro e me sentar lá dentro~ e aguardei toda a festa que eu esperava começar. Começar começou e acontecer aconteceu. Mas menos do que eu esperava.
Eu sempre fico tentando explicar pra mim porque eu sinto que um espetáculo não foi os cento e quarenta por cento que eu esperava. Dessa vez eu estou assim. Talvez então não fosse nem a fome nem a música os problemáticos mas eu mesmo.
O espetáculo é meio desigual. Mas lendo a ficha técnica ~tem tudo lá no site CLICA~ descubro que é uma proposta do pessoal. Ó, eu, como chatPUBLICO, me sinto no direito de discordar da proposta de todo mundo que me proponha alguma coisa. O texto é que tinha, na verdade verdadeira, alguns altos e baixos. Momentos excelentes, outros meio chochos. Não eram exatamente entediantes, mas parecia que aqueles trechos tinham sido escritos para serem bem escritos e não porque fizessem parte mesmo daquela história. E isso pesava. Parecia que a vontade de dizer algo bem dito superava a vontade de servir à história. Porque nos outros momentos, mais memorialistas, menos intelectualizados, o espetáculo engatava de cum força de novo.
Durante o espetáculo tavo eu achando o público meio frio demais, quase morto. E no final foi uma chuva de palmas. Existem explicações dadas pelo pessoal de palco. Eu, da plateia, tenho a minha própria e ela se chama Heinz Limaverde. Neste espetáculo eu sou completamente capaz de dizer que o ator era superior ao texto e mereceu os aplausos finais todo pra ele. Em alguns pontos, aliás, era infinitamente superior ao texto.
Primeiro devo dizer que ele é um excelente palhaço. De dimensões extraordinárias. As duas cenas de clown são geniais e a música do Palhaço ~a anta do autor desse texto esqueceu o nome~ que ele canta é um primor. A cena da vedete velha é boa, mas a da vedete depois de tomar do elixir da longa vida é exuberante. Como diria Silvio Santos ~mah oê, RRRoquêêê~ ele é um transformista muito bom; minha filha número sete viu e disse que é muito bom~mmm~! A cena da vinda pro sul é outra que é um primor. Mas devo fazer a ressalva que meus instintos malévolos, minha tendência ao sarcasmo e ao mau humor tem que tecer o maior elogio que for possível ~olhando dicionários me busca de elogios escabrosos~ ao Palhaço Azia. Eu te amo, Azia, mesmo que você me despreze.

Danilo Danílovitsch

Um comentário:

  1. Concordo inteiramente com você Danilo, pro ator, todos os aplausos, é realmente incrível quantas personas cabem em um homem só. Quanto ao texto, penso que nos momentos em que ele é mais despretensioso é que fica realmente bom. Mas, no mais, saí até satisfeita do teatro.

    Paula Soares

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