DentroFora, outra peça difícil de eu conseguir expressar minha
opinião. ~você, Danilo? Não quer dar sua
opinião? É o fim do mundo mesmo, viu?~ Não é que eu não queira. Eu até quero,
mas eu não sei qual seja ~Piorou!~
Vamo tentá dá uma explicação
marromeno então, porque né? Eu gosto de falar.
É uma peça boa? Eu gostei de
estar lá? É... então, aqui o bicho pega. É teatro do absurdo, então eu tarra
preparado pra ver o que viesse. E veio o que costuma vir debaixo dessa rubrica.
Que é o que, minha gente? Uma peça que num tem tanto sentido e serve pro autor
expressar suas angústias e seus raciocínios ~a definição é minha, sem qualquer
respaldo do mais ínfimo dos teóricos de teatro que jamais existiu~. E isso em
si não é ruim. Não pra mim. mas a coisa começa a pegar quando eu percebo que o
autor também não sabia o que fazer e usou essa maleabilidade do gênero pra
colocar um monte de coisa desconexa junto. Rá! E eu percebi isso. Como a
estrutura permitia ele fez uma colagem. E, me desculpem vocês meus queridos que
são artistas plásticos, mas colagem pra mim sempre parece trabalho de menino da
pré-escola. E sim eu estou desmerecendo o trabalho dos meninos da pré-escola
porque eu não fui lá ver trabalho de menino da pré-escola. Se eu quisesse ver
trabalho de menino da pré-escola, eu teria ido à pré-escola. Enfim, acho o
texto um desmerecimento do espetáculo. Tanto que num determinado momento os
próprios personagens discutem sua inutilidade funcional ali nas minhas barbas. Avá!
Além do que eu sempre acho as reflexões expostas no teatro do absurdo muito nhenhenhém.
Reflexões expostas entendam-se aquelas que o próprio texto nos dá de bandeja.
Sempre parece que o autor achou que teve um pensamento genial e resolveu nos
iluminar. A reflexão subliminar é mais gostosa. E quando não é isso é a
enrolação o nada-a-dizer. Se não fossem os atores, a enrolação tinha me matado.
Mas procês verem, eu gostei. Eu
disse que acho o texto um desmerecimento. Eu, sempre me ajudando a descobrir o
que senti. Por isso escrever é bom.
Por que num é ruim, cês sabe? É um
espetáculo que merece muito ser visto. Por ser bonito cenicamente, pra começar.
Os dois personagens trancados dentro daquelas caixas é uma coisa linda! Aliás,
~aplausos~ eu e minha claustrofobia gostaríamos de parabenizar os atores. Porque
se fosse por nós dois a caixa ia ser somente a imaginação do público, ou quando
muito uma estrutura vazada. Pelamor, eu fiquei agoniado só de ver.
O segundo motivo, e esse
importantíssimo pra mim, são os atores: Liane
Venturella e Nelson Diniz. E aqui
o espetáculo desabrocha. Por causa deles tem-se que ver muito o espetáculo,
interminável e longamente, sem dó nem piedade. Todos os momentos geniais são
devidos a eles, e claro à direção de Carlos
Ramiro Fensterseifer. Lindos!
Só destacar uma cena aqui: depois
de muito pensarem e refletirem e nhenhenherem, a Mulher resolve tentar sair da
caixa. É a única vez que vemos uma das caixas abertas. Depois de continuar
discutindo sobre a inutilidade de sair da caixa, ela se arrepende e volta. Aqui,
neste momento, o tempo para.
Danilo Danílovitsch
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