Além da programação teatral, a 12ª edição do Festival do Teatro
Brasileiro - Cena Gaúcha proporcionou, também, ao público goiano, apresentações
musicais, que ficaram a cargo da banda DeFalla e do Renato Borghetti Quarteto,
além do goiano Tom Chris, que foi escolhido para participar do intercâmbio
musical com as duas bandas gaúchas.
Os três grupos apresentaram-se no último sábado (05/05), em palco armado
no Parque Flamboyant, em sequência às apresentações teatrais do Festival.
A primeira a subir ao palco foi a banda DeFalla, cujo nome homenageia o
compositor espanhol Manuel de Falla, e surgiu em 1984, em Porto Alegre,
misturando estilos como o rock psicodélico, hard, funk e rap. Sua formação
inclui o vocalista Edu K, o guitarrista Castor Daudt, o baixista Flávio Santos
e a baterista Biba Meira, uma das primeiras mulheres a tocar bateria em uma
banda.
Infelizmente, o show do DeFalla não conseguiu empolgar muito a plateia.
Não por culpa da banda, que demonstrou muita competência, integração e carisma,
mas por pura incompatibilidade entre horário, público e estilo musical. A banda
foi a primeira a se apresentar (às 19h), e o público presente consistia,
basicamente, de pais e crianças, que acompanharam a programação teatral infantil
da tarde, bem como pessoas de mais idade, que já haviam chegado para prestigiar
o show do Renato Borghetti Quarteto. Este público acompanhou com grande dose de
apatia (alguns até com certa indignação) a execução de músicas como “Sodomia” e
“Popozuda Rock’n’Roll”. Alguns, porém, deleitaram-se com o espetáculo, já que
acompanham e apreciam o trabalho da banda desde o seu surgimento.
Na sequência, apresentou-se o cantor goiano Tom Chris, que atraiu um
grupo de fãs que já acompanha suas frequentes apresentações na cidade de
Goiânia, o qual cantou junto com ele músicas de compositores goianos e hits
consagrados da MPB. Algumas pessoas aproveitaram a oportunidade para tirar
fotos de si mesmas na frente do palco, tendo o cantor como imagem de fundo.
Tom Chris cantou acompanhado pelo virtuose Luiz Chaffin (violão e
guitarra) e pelos não menos competentes Marcelo Maia (baixo), Guilherme Santana
(bateria) e Willian Cândido (teclado).
Concluindo as apresentações musicais da programação, subiu ao palco a
mais esperada atração: Renato Borghetti. Sem abandonar a música de raiz gaúcha,
como o vanerão, a milonga e o chamamé, o músico soube utilizar seu acordeom
para modernizar estes ritmos, dotando-os de um estilo mais jazzístico, assim
como fez Astor Piazzolla, conquistando admiradores no mundo todo.
Borghetti apresentou-se acompanhado pelos excelentes músicos Daniel Sá
(violão), Pedrinho Figueiredo (flauta e sax) e Vitor Peixoto (teclados). A
falha no som que afetou, por alguns minutos, a execução inicial das notas do
violão, flauta e acordeom, após superada, permitiu que a atenção do público
fosse total, durante toda a apresentação, levando algumas pessoas, inclusive, a
dançar ou a ligar para vizinhos e amigos, convidando-os para dirigirem-se ao
local imediatamente, pois estavam perdendo um grande show.
Gilson P. Borges
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